Antonio Raimundo Lima Cruz Teixeira ( nascido em Maracás, Bahia) Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (1967), mestrado em Pathology - Cornell University (1974) e doutorado em Patologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1981). Fez pós-doutorado no Instituto Nacional de Saúde e trabalhou como Patologista Assistente no Departamento de Patologia da Cornell University Medical College, em Nova Iorque. Fez estudos e pesquisas no L Institut de Immunologie e d Immunogenetique, em Villejuif, e no Laboratoire de Biochimie de Protists do Museum d Histoire Naturelle, em Paris, e de imunoterapia no Departamento de Imunologia na Universidade de Manitoba, Canadá. A Comonwealth, a Fulbright Foundation e o Ministére Etrangéres da França patrocinaram estudos do Dr. Teixeira. Na Universidade de Brasília implantou o Curso de Farmácia Clinica, foi fundador e coordenador do Laboratório Multidisciplinar de Pesquisa em Doença de Chagas e do Programa de Pós-Graduação em Patologia Molecular, e atuou como Professor Titular na Faculdade de Medicina e no Instituto de Biologia. Com experiência multidisciplinar ministrou aulas de cursos de graduação de biologia e de medicina nas disciplinas de imunologia, patologia e parasitologia, e nas disciplinas de imunoquímica, imunogenética e imunopatologia na pós-graduação. A doença de Chagas, linha mestra de sua atividade de ensino e pesquisa, foi investigada em seus aspectos clínicos, parasitológicos, patológicos e epidemiológicos. Investigou imunobiológicos e principio ativo para tratamento da doença e para a imunoproteção contra a picado do inseto triatomíneo transmissor do Trypanosoma cruzi. Sua contribuição principal ao conhecimento foi a descoberta da autoimunidade na doença de Chagas. A origem autoimune das lesões do coração e do sistema digestivo do chagásico tem origem genética, porém, induzida pelo Trypanosoma cruzi que enxerta o seu DNA mitocondrial no genoma do hospedeiro. Em consequência das mutações as células imunes atacam e destroem o coração e os gânglios do sistema nervoso parassimpático. Esse achado foi reproduzido em aves nascidas de ovos inoculados com o T. cruzi e mostrou que os pintinhos nascem sem a infecção (eliminada pela imunidade inata) mas retém o DNA mitocondrial e desenvolvem a cardiopatia na vida adulta. A segunda contribuição paradigmática do Dr. Teixeira para o conhecimento científico sobre a doença de Chagas tem aplicação prática: - O Trypanosoma cruzi pode ser transmitido sexualmente; os descendentes de pais chagásicos sobrevivem à infecção ou desenvolvem a patologia da doença de Chagas. Esse conhecimento permitirá a prevenção da doença de Chagas mediante programa robusto de Educação, Informação e Comunicação para a Saúde. O aproveitamento deste conhecimento, entretanto, só será obtido na prática depois que as autoridades de saúde se acostumarem com a realidade indicada pela pesquisa.
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